Apresentação

Este site faz parte das atividades de criação e divulgação do projeto para desenvolvimento do Roteiro de documentário “Vozes Pioneiras – a influência e o papel das mulheres na história do rádio paranaense”. Para a sua execução foi criado um cronograma e planejamento de atividades que envolve desde sua pré-produção, em intenso trabalho de pesquisa que contempla viagens, entrevistas, materiais de arquivos, fontes e áudios.

E foi assim que tudo começou...

A primeira transmissão radiofônica no Brasil aconteceu no dia 7 de setembro de 1922, com o discurso do então Presidente da República, Epitácio Pessoa, pela Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Enquanto a emissora fundada por Roquette Pinto, explorava as possibilidades do novo meio de comunicação, a filha do homem considerado "pai do rádio no Brasil", Maria Beatriz Roquette Pinto, aventurou-se como a primeira locutora do país, e ainda menina estreou na rádio carioca. E ela não parou por aí, assumindo logo depois outras funções, como diretora de programação e produtora. Beatriz foi pioneira no rádio, assim como outras mulheres em várias regiões Brasil afora.

No contexto histórico do rádio paranaense... elas também tiveram um papel significativo. Embora inicialmente o veículo tenha sido dominado pelos homens, as mulheres gradualmente encontraram seu espaço. Elas atuaram como cantoras e atrizes (entre 1930 e 1960), locutoras, operadoras, programadoras, apresentadoras, jornalistas e produtoras. Um exemplo é a Rádio Difusora de Ponta Grossa, atualmente Lagoa Dourada, que contratou a primeira mulher a atuar como DJ em uma emissora: Diva Ayres de Moraes. Apesar do pioneirismo na radiofusão brasileira, constatamos a ausência de registros sobre a sua atuação nessa área. Outra emissora paranaense, Rádio Clube, contratou a primeira locutora da história do Estado: Alice Xavier, que atuou na emissora de 1931 a 1933. Outra citação importante refere-se a Divanil Brasil Pereira, que trabalhou mais de 50 anos na Rádio Educativa do Paraná. Ela exerceu inicialmente a função de operadora técnica, em fins dos anos 1950, e depois tornou-se programadora musical, ofício desempenhado até início dos anos 2.000.

Entre 1920 e 1970, o preconceito em relação às mulheres no rádio era uma realidade marcante. Apesar do crescente envolvimento feminino nesse meio, muitas vezes as mulheres eram subestimadas e enfrentavam grandes obstáculos para desempenhar seus trabalhos. Com a redemocratização do país, na segunda metade dos anos 1980, começa a surgir um protagonismo feminino muito forte em emissoras comunitárias, produzindo conteúdos ligados à questão da mulher. Esse é um dos fatores que contribuíram para o empoderamento feminino, levando mais consciência de direitos a um número cada mais maior de ouvintes.

Seja bem-vindo e bem-vinda, e conheça um pouco mais da história dessas mulheres pioneiras que contribuíram de forma contundente com muitas das conquistas femininas, não somente na área da comunicação, mas sobretudo na quebra de estereótipos. E principalmente registraram, com suas jornadas e desafios profissionais, como a história da presença feminina no rádio está diretamente ligada à própria evolução dos direitos da mulher no Brasil.